Museu da Amazônia
Conhecendo o “diferente” Mussum (Synbranchus spp.)
Parecido com uma serpente, o mussum tem características diferentes da maioria dos peixes, pois não possui nadadeiras desenvolvidas, escamas, bexiga-natatória etc... Consegue rastejar em terra seca, respirar fora d’água e viver em charcos de lama. Venha conferir de perto esta curiosa espécie no Musa/Jardim Botânico, na exposição Sapos, Peixes e Musgos.
Parecido com uma serpente, o mussum tem características diferentes da maioria dos peixes, pois não possui nadadeiras desenvolvidas, escamas, bexiga-natatória etc... Consegue rastejar em terra seca, respirar fora d’água e viver em charcos de lama. Venha conferir de perto esta curiosa espécie no Musa/Jardim Botânico, na exposição Sapos, Peixes e Musgos.
Quando se fala em peixes, em geral se pensa em animais com escamas, nadadeiras sem carne, respiração dentro d’água e coisas do tipo. Entretanto, se tratando de peixes amazônicos, há exceção para tudo. Talvez seja o caso dessa espécie tão diferente da maioria dos peixes conhecidos.
Mussum, como esse peixe é conhecido popularmente, é um nome de origem indígena que significa escorregadio, característica bem perceptiva de sua pele e que lhe garante a fama de escapar se aprisionado. Por causa de sua forma e comportamentos, faz parte dos contos no imaginário dos habitantes na Amazônia.
Seu corpo é comprido e cilíndrico (aproximadamente 1m), formato que o faz ser confundido muitas vezes com serpentes, pois não possui nadadeiras pares e suas nadadeiras ímpares não são desenvolvidas (pouco visíveis a olho nu), sendo descrito algumas vezes na literatura como tendo ausência total de nadadeiras!
Além de não possuir escamas, outros fatores também contribuem para que esta espécie se torne bastante diferente das demais: o fato de não possuir bexiga-natatória (órgão que auxilia na flutuação e controle de mergulho de muitos peixes) e possuir apenas uma fenda branquial ventral em vez de duas nas laterais de sua cabeça.
Apesar de respirar dentro d’água por brânquias, pode resistir a baixas concentrações de oxigênio graças a sua faringe altamente vascularizada, o que lhe permite ter respiração aérea. Esta característica é muito importante para sua sobrevivência, uma vez que consegue rastejar em terra seca para migrar de um corpo d’água para outro, ou até mesmo ficar numa espécie de dormência (semi–estivação) em charcos de lama por cerca de três meses.
Sua dieta é diversificada (onívoro) alimentando-se de peixes, insetos, crustáceos e moluscos, conseguindo mudar seus hábitos alimentares em resposta a possíveis mudanças ambientais. Pouco se conhece de sua biologia reprodutiva, porém se sabe que pode apresentar cuidado parental e hermafroditismo protogínico, ou seja, de acordo com a necessidade, consegue mudar de sexo (de fêmea para macho secundário) devido a uma adaptação das gônadas. Pode ser encontrado do México à Argentina, sendo comum em lagoas marginais e poças temporais às margens de igarapés.
Recém-chegado à exposição Sapos, peixes e musgos do Musa, o mussum é um peixe que de fato aguça o imaginário de quem o encontra. Portanto, vale a pena conferir de perto o exemplar presente no Museu da Amazônia
Texto: Jhomaxon de Souza Gonçalves
Mussum, como esse peixe é conhecido popularmente, é um nome de origem indígena que significa escorregadio, característica bem perceptiva de sua pele e que lhe garante a fama de escapar se aprisionado. Por causa de sua forma e comportamentos, faz parte dos contos no imaginário dos habitantes na Amazônia.
Seu corpo é comprido e cilíndrico (aproximadamente 1m), formato que o faz ser confundido muitas vezes com serpentes, pois não possui nadadeiras pares e suas nadadeiras ímpares não são desenvolvidas (pouco visíveis a olho nu), sendo descrito algumas vezes na literatura como tendo ausência total de nadadeiras!
Além de não possuir escamas, outros fatores também contribuem para que esta espécie se torne bastante diferente das demais: o fato de não possuir bexiga-natatória (órgão que auxilia na flutuação e controle de mergulho de muitos peixes) e possuir apenas uma fenda branquial ventral em vez de duas nas laterais de sua cabeça.
Apesar de respirar dentro d’água por brânquias, pode resistir a baixas concentrações de oxigênio graças a sua faringe altamente vascularizada, o que lhe permite ter respiração aérea. Esta característica é muito importante para sua sobrevivência, uma vez que consegue rastejar em terra seca para migrar de um corpo d’água para outro, ou até mesmo ficar numa espécie de dormência (semi–estivação) em charcos de lama por cerca de três meses.
Sua dieta é diversificada (onívoro) alimentando-se de peixes, insetos, crustáceos e moluscos, conseguindo mudar seus hábitos alimentares em resposta a possíveis mudanças ambientais. Pouco se conhece de sua biologia reprodutiva, porém se sabe que pode apresentar cuidado parental e hermafroditismo protogínico, ou seja, de acordo com a necessidade, consegue mudar de sexo (de fêmea para macho secundário) devido a uma adaptação das gônadas. Pode ser encontrado do México à Argentina, sendo comum em lagoas marginais e poças temporais às margens de igarapés.
Recém-chegado à exposição Sapos, peixes e musgos do Musa, o mussum é um peixe que de fato aguça o imaginário de quem o encontra. Portanto, vale a pena conferir de perto o exemplar presente no Museu da Amazônia
Texto: Jhomaxon de Souza Gonçalves
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Frederico Belei de; COSTA, Henrique Caldeira. Synbranchus marmoratus – muçum. Universidade Federal de Viçosa. Museu de Zoologia João Moojen. Bicho da Vez, n. 25, p. 01 – 03; 2010.
BARROS, Nirlei Hirachy Costa. Estratégia de reprodução do peixe hermafrodita muçum, Synbranchus marmoratus, Osteichthyes, Synbranchidae em um açude do Rio Grande do Norte, Brasil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Centro de Biociências – Dissertação mestrado; Natal, 2012.
BARROS, Nirlei Hirachy Costa; et al. Biologia reprodutiva do peixe mussum, Synbranchus marmoratus Bloch, 1975 no açude de Marechal Dutra, Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Amazônica. V. 3, n. 1, p. 39-47: Macapá, 2013.
BRAGA, Augusto Luciani Carvalho; et al. Dieta e Crescimento de Synbranchus marmoratus (Bloch, 1975) (Pisces, Synbranchiformes) durante o período pré-estivação em uma lagoa marginal da bacia do São Francisco, Minas Gerais. Revista Brasileira de Zoociências 10 (2), p. 133 – 138; 2008.
CABALZAR, Aloísio [org]; et al. Peixe e Gente no Alto Rio Tiquié: conhecimentos tukano e tuyuka, ictiologia, etnologia. São Paulo. Instituto Socioambiental, 2005.
ZUANON, Jansen; et al. Guia de Peixes da Reserva Adolpho Ducke. Manaus: Editora INPA, 2015.
Texto Jhomaxon de Souza Gonçalves
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